quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Niemeyer jovem: o amor à linha reta


O milagre do gênio é imprevisível. Mozart, aos sete anos de idade, surpreendeu por seu virtuosismo musical; no entanto, esse tipo de fenômeno nunca aconteceu com arquitetos. A aprendizagem e o amadurecimento em arquitetura são um processo que passa por um embasamento técnico e por vivências formais e espaciais tomadas da realidade. É essa experiência que permitirá ao criador expressar-se com os instrumentos básicos da disciplina. Evidentemente, não é indispensável, para ser um gênio da arquitetura, assistir às aulas na academia, mas sem dúvida existe um ponto de partida para um trajeto que reunirá o conhecimento necessário para conceber a forma de uma edificação. É um percurso que pode ser lento ou acelerado, de acordo com as circunstâncias familiares, sociais e culturais que emolduram a formação intelectual, cultural e técnica do futuro arquiteto.
Dois casos paradigmáticos de gênios que não se formaram na academia e souberam projetar e construir desde muito jovens são Le Corbusier e Frank Lloyd Wright. O primeiro obteve os conhecimentos essenciais das técnicas artesanais e das expressões artísticas em uma escola de artes e ofícios na sua cidade natal, Chaux-de-Fonds, que lhe permitiu, aos 17 anos, projetar e construir a casa Fallet. Wright, aos 22 anos, construiu sua casa em Oak Park, Chicago. Por outro lado, a figura de Louis Kahn identifica o lento despertar da genialidade, já que, formado aos 25, ele projetou com 39 anos de idade sua primeira obra: a residência Oser (1940), em Elkins Park, na Pensilvânia.
A velocidade do amadurecimento criativo depende do ponto de partida na vida do adolescente. A mãe de Wright iniciou-o no sistema educativo de Friedrich Froebel, que, baseado em experimentações geométricas e formais, estimulou sua vocação para a arquitetura. Le Corbusier formou-se muito cedo na Suíça com Charles L’Eplattenier, que o introduziu nas correntes estéticas européias associadas com o artesanato e com a exatidão na produção de relógios. Por outro lado, Oscar Niemeyer teve um progresso mais lento até achar o caminho da arquitetura e manifestar sua genialidade. Decorre daí serem discutíveis tanto a afirmação de Yves Bruand de que “a ascensão de Niemeyer foi fulgurante”, como aquela que estabelece que o “milagre” aconteceria em 1936, quando colabora com Le Corbusier.
É curioso constatar que, sendo um dos arquitetos que mais escreveram sobre os acontecimentos marcantes de sua vida, Niemeyer não tenha se aprofundado no processo que o levou a descobrir a vocação e sua linguagem expressiva. Biógrafos e críticos tampouco fizeram uma leitura do conjunto de projetos que precedem a difusão do novo vocabulário, baseado nas formas curvas, que aparecem primeiro levemente no Pavilhão do Brasil na Feira de Nova York e depois com firmeza no conjunto da Pampulha.
O que identifica a personalidade de Niemeyer é a persistência da linha, representada pelo traço limpo e puro sobre o papel branco, antecipando a materialidade de formas e espaços. Primeiro, a linha reta dos projetos iniciais, e logo as curvas livres da arquitetura, das mulheres e das paisagens. Segundo o seu próprio testemunho, a paixão pelo desenho começou na infância: “Costumava desenhar no ar com o dedo. Minha mãe perguntava: ‘Menino, o que você está fazendo?’. E eu respondia com a maior naturalidade: ‘Desenho’. Na realidade, eu fazia algumas formas no espaço, formas que conservava na memória, que corrigia e desenvolvia como se de verdade estivesse desenhando”.
Ele conta também que nos seus primeiros anos de escola havia uma professora - Hermínia Lyra da Silva - que o fazia desenhar com lápis de cor: “Eu fazia bules, xícaras, estatuetas; desenhos que sempre recebiam nota dez e que minha mãe guardava orgulhosa”. Até decidir entrar na Escola Nacional de Belas-Artes para estudar arquitetura, Niemeyer continuou o exercício do desenho livre. Quando começou a trabalhar na tipografia do pai, distraía-se desenhando focinhos de buldogue e retratos de jogadores de futebol; e depois de casado fazia para a filha Anna Maria cabeças de buldogue com miolo de pão, pintadas meticulosamente a nanquim.
Esses primeiros anos da juventude não foram aproveitados para consolidar sua futura vocação para o desenho: ele só haveria de começar seus estudos na Enba aos 23 (a escola permitia o ingresso aos 17 anos). Na verdade, Niemeyer não tinha grande vocação nem disciplina para o estudo regular, alternando a sua paixão pelo futebol com a vida boêmia, que transcorria entre bares, cabarés e cinemas, com uma turma de amigos. Ao privilegiar essas atividades “de recreio”, segundo ele próprio, abandona os estudos no Colégio Santo Antônio Maria Zacarias, dos padres barnabitas, para terminá-los mais tarde no Liceu Francês. Treinava no Fluminense Futebol Clube e chegou a participar de um jogo contra o Flamengo no Estádio das Laranjeiras. Foi até chamado para integrar a equipe profissional do Flamengo, convite que afortunadamente recusou. Alternava os bares da Lapa, o cabaré da rua do Passeio, o café Lamas e o cinema Polytheama com as festas musicais no Clube de Regatas Guanabara.
Sem dúvida, esse espírito livre e despreocupado moldou sua personalidade modesta e popular, assim como sua identificação com as pessoas humildes, suas lutas e sofrimentos, o que provavelmente contribuiu para a filiação ao Partido Comunista Brasileiro. Como sua família não possuía boa situação econômica, era mantida pelo avô Antônio Augusto Ribeiro de Almeida, ministro do Supremo Tribunal Federal, que os abrigava em uma grande residência em Laranjeiras. Quando Niemeyer casou, em 1928, com Annita Baldo - ele com 21 anos, ela com 17 -, passou a trabalhar na tipografia do pai para poder se manter. Em sua autobiografia, ele comenta as privações daqueles anos, quando alugou uma pequena casa, onde morava com a esposa, a prima Milota (que contribuía com o sustento do casal) e, em seguida, com a filha Anna Maria, nascida pouco tempo depois, em 1932. Entrementes, ainda segundo sua autobiografia, declara definitivamente o seu interesse pela arquitetura e decide, em 1929, ingressar na Escola Nacional de Belas-Artes. Entre o clássico e o moderno
Existem escassas referências sobre a sua vida entre 1929 e 1934, ano em que se gradua como arquiteto. O próprio Niemeyer minimizou a significação desses anos de estudo. Além disso, não existem relatos nem testemunhos sobre sua participação na sucessão de fatos importantes que caracterizaram esse período. No fim de 1929, pouco depois da crise na bolsa de Nova York, Le Corbusier ministra duas palestras no Rio de Janeiro.


acompanhe o texto inteiro escrito por Roberto Segre e José Barki neste link:http://www.arcoweb.com.br/debate/debate120.asp

Monta, desmonta e muda de lugar


Uma pesquisa sobre arquitetura efêmera e cenográfica estimulou os arquitetos Abreu Júnior e Beatriz Kubelka a desenvolver um projeto inusitado: uma casa de vidro e estrutura metálica que pode ser montada em apenas três semanas e, se necessário, ser desmontada e erguida em outro local.

vamos trabalhar!!!!!

Bom, depois de tantos dias sem publicar algo no blog, devido ao acúmulo de serviços(não estou reclamando não!!!) volto a postar algo neste blog.
desde a minha última postagem vários foram os acontecimentos e pretendo logo publicá-los aqui.
ok!!
vamos ao trabalho!!!!!